Era uma vez um senhor muito rico
que se chamava Luís. O Sr. Luís era descendente de famílias muito abastadas,
que herdou um grande património para gerir a seu belo prazer. Deslumbrado com
tamanha riqueza decidiu que o melhor que tinha a fazer era gozar dos
rendimentos e deixar de trabalhar. Porque haveria de se esforçar se o que tinha
lhe chegava para viver a sua vida descansado? Pensar no futuro e nos seus descendentes
não era preocupação, pois o Sr. Luís nunca foi capaz de pensar para além do seu
umbigo.
Mas o Sr. Luís não estava
satisfeito. Apesar de não lhe faltar nada ainda queria mais: então decidiu que
devia pegar nas poupanças dos seus pais, que foram amealhadas com tanto esforço
e suor e investir em tudo aquilo que via e não via, sem olhar a custos. O Sr.
Luís, apesar do esforço dos seus progenitores, nunca tinha conseguido assimilar
os princípios da sua linhagem e não compreendia que tinha sido baseada na
poupança, no trabalho e nos bons negócios da família que se tinha conseguido
construir tamanha riqueza.
Além de mau chefe de família era um
pai banana e que não se preocupava em ensinar bons valores aos seus filhos: o
Carlinhos e o Luizinho eram dois meninos mimados, que se habituaram a pedir o
que queriam ao Sr. Luís e este comprava independentemente do custo.
E como diz o velho ditado: “É
tarde para economia, quando a bolsa está vazia.” E o Sr. Luís esvaziou a sua
bolsa, para realizar todos os seus caprichos, pondo em causa o bom nome da sua
família e ficando sem capital para investir nas suas extravagâncias.
Então para conseguir pagar as
contas que se iam avolumando, decidiu que o melhor seria começar a vender o seu
património. Começou a hipotecar os bens mais valiosos do espólio familiar, que
tinham um valor inestimável de todos naquela família…
Felizmente depois do Sr. Luís
arruinar as poupanças da família o primo Bruno decidiu tentar recuperar o
património dos seus antepassados. O primo Bruno sempre valorizou os valores da
família, que estava acima de tudo e de todos! Ai de quem se atrevesse a dizer
alguma injúria que colocasse em causa o bom nome daqueles que lhe eram
queridos. Sabia defender os dele como ninguém e prezava tudo o que os seus pais
e avós tinham construído ao longo de várias décadas. O Bruno era muito jovem,
mas tinha vontade de trabalhar, então com o custo do seu suor foi conseguindo
recuperar o património que o primo Luís tinha vendido.
Até aos dias de hoje tinha
conseguido estabilizar financeiramente as economias da família e recuperar
grande parte do património, assegurando assim a sustentabilidade dos seus
descendentes e o futuro e bom nome da sua conceituada casa.
Ainda há muita gente na vila com
saudades do Sr. Luís. Afinal era um banana, a quem podiam pedir dinheiro
emprestado sem se preocuparem em pagar de volta, podiam enganá-lo facilmente
fazendo-se passar por amigos que depois nas suas costas riam e troçavam. O
Bruno não é muito amado lá na vila porque não fia a ninguém, nem deixa que lhe
passem a perna. Mas se os abutres lá da vila já não gostam do Bruno, da sua
família já não se pode dizer o mesmo: reconhecem nele um homem trabalhador e
que luta o melhor que pode e consegue para elevar e enaltecer as suas origens.
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