terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Conta-me histórias: "É tarde para economia, quando a bolsa está vazia."

Era uma vez um senhor muito rico que se chamava Luís. O Sr. Luís era descendente de famílias muito abastadas, que herdou um grande património para gerir a seu belo prazer. Deslumbrado com tamanha riqueza decidiu que o melhor que tinha a fazer era gozar dos rendimentos e deixar de trabalhar. Porque haveria de se esforçar se o que tinha lhe chegava para viver a sua vida descansado? Pensar no futuro e nos seus descendentes não era preocupação, pois o Sr. Luís nunca foi capaz de pensar para além do seu umbigo.

Mas o Sr. Luís não estava satisfeito. Apesar de não lhe faltar nada ainda queria mais: então decidiu que devia pegar nas poupanças dos seus pais, que foram amealhadas com tanto esforço e suor e investir em tudo aquilo que via e não via, sem olhar a custos. O Sr. Luís, apesar do esforço dos seus progenitores, nunca tinha conseguido assimilar os princípios da sua linhagem e não compreendia que tinha sido baseada na poupança, no trabalho e nos bons negócios da família que se tinha conseguido construir tamanha riqueza.

Além de mau chefe de família era um pai banana e que não se preocupava em ensinar bons valores aos seus filhos: o Carlinhos e o Luizinho eram dois meninos mimados, que se habituaram a pedir o que queriam ao Sr. Luís e este comprava independentemente do custo.

E como diz o velho ditado: “É tarde para economia, quando a bolsa está vazia.” E o Sr. Luís esvaziou a sua bolsa, para realizar todos os seus caprichos, pondo em causa o bom nome da sua família e ficando sem capital para investir nas suas extravagâncias.

Então para conseguir pagar as contas que se iam avolumando, decidiu que o melhor seria começar a vender o seu património. Começou a hipotecar os bens mais valiosos do espólio familiar, que tinham um valor inestimável de todos naquela família…

Felizmente depois do Sr. Luís arruinar as poupanças da família o primo Bruno decidiu tentar recuperar o património dos seus antepassados. O primo Bruno sempre valorizou os valores da família, que estava acima de tudo e de todos! Ai de quem se atrevesse a dizer alguma injúria que colocasse em causa o bom nome daqueles que lhe eram queridos. Sabia defender os dele como ninguém e prezava tudo o que os seus pais e avós tinham construído ao longo de várias décadas. O Bruno era muito jovem, mas tinha vontade de trabalhar, então com o custo do seu suor foi conseguindo recuperar o património que o primo Luís tinha vendido.

Até aos dias de hoje tinha conseguido estabilizar financeiramente as economias da família e recuperar grande parte do património, assegurando assim a sustentabilidade dos seus descendentes e o futuro e bom nome da sua conceituada casa.

Ainda há muita gente na vila com saudades do Sr. Luís. Afinal era um banana, a quem podiam pedir dinheiro emprestado sem se preocuparem em pagar de volta, podiam enganá-lo facilmente fazendo-se passar por amigos que depois nas suas costas riam e troçavam. O Bruno não é muito amado lá na vila porque não fia a ninguém, nem deixa que lhe passem a perna. Mas se os abutres lá da vila já não gostam do Bruno, da sua família já não se pode dizer o mesmo: reconhecem nele um homem trabalhador e que luta o melhor que pode e consegue para elevar e enaltecer as suas origens.

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