sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Verde no Branco: "A arte de bem gerir"

A tarefa de planear uma equipa competitiva no futebol português é cada vez mais um exercício complicado, face aos problemas financeiros que os clubes atravessam e o cada vez mais alargado contraste com o poderio económico de outros clubes, de outros campeonatos mais fortes. Por exemplo, a capacidade financeira de muitas equipas da Premiership que lutam pela manutenção é sobejamente superior a qualquer um dos clubes grandes de Portugal.

Mas falando na realidade nacional, ainda aqui as discrepâncias são enormes, quer entre os orçamentos dos três grandes, quer em comparação com as restantes equipas que competem na primeira divisão nacional de futebol profissional.

A arte de fazer muito com pouco, parece não estar ao alcance de todos. E tem sido neste aspeto que o Sporting Clube de Portugal, que com um orçamento bem mais reduzido que os seus restantes rivais, tem sabido aplicar da melhor forma o pouco que tem. O Sporting neste momento consegue ter uma equipa tão competitiva como Porto e Benfica, sendo o atual primeiro lugar prova disso mesmo. Mas importa olhar para os gastos que foram efetuados pelos três clubes:


Um dos aspetos que salta à vista de todos é a clara aposta na melhor formação do mundo, que sempre potenciou e continua a potenciar os melhores futebolistas que são formados em Portugal. Prova disso não é apenas o fato do Sporting Clube Portugal ser o único clube do mundo a ter dois jogadores formados no clube como melhor jogador do mundo, mas também pela quantidade e qualidade dos restantes jogadores formados ao longo de todos estes anos, que continuam a valer ao clube de Alvalade uma maior participação dos seus jogadores nas seleções nacionais.

O Sporting Clube de Portugal tem no seu plantel muitos jogadores da cantera, que conhecem o clube, que têm uma qualidade extraordinária e um enorme potencial pela longa carreira que ainda têm a sua frente. Conhecem melhor que ninguém a casa que os viu nascer e aprenderam desde o início os princípios do clube.

Este foi sempre o princípio do nosso clube, mas a toda esta qualidade era necessário acrescentar experiência para obter melhores resultados. Alguns dos jogadores formados em Alvalade vão-se mantendo no clube, fazendo a direção um esforço extra para segurar os melhores: Rui Patrício ou Adrien Silva são bons exemplos. Hoje têm uma experiência considerável e sentem o verde e branco rampante como ninguém!

A estrutura atual do Sporting soube reforçar-se, mas sem entrar em loucuras. Soube fazer os negócios certos, com os jogadores certos e que podiam realmente acrescentar valor ao plantel. Um desconhecido Slimani chegou por 0,3M de euros e é hoje a referência no ataque da equipa: este ano já leva 20 golos marcados em todas as competições. O Sporting soube comprar jogadores como Bryan Ruiz, experiente internacional costa-riquenho por apenas 1,2M de euros! Que pechincha de negócio por um jogador com tanto futebol! O jogador mais caro do plantel neste momento custou 3,4M de euros. É avançado, experiente internacional pela Colômbia em 48 jogos! Parece que a maior “loucura” do atual plantel foi por um jogador de créditos firmados, que se acredita que possa elevar substancialmente a qualidade do plantel.

Vieram outros a custo zero. Oportunidades de negócio únicas que, tão bem identificadas e geridas pelo nosso clube, têm sabido preencher as lacunas existentes no plantel.


Esta é a mais clara e fidedigna comparação que pode ser feita entre a brilhante gestão de Bruno de Carvalho e a não menos brilhante falta dela por parte dos outros clubes. Tudo o resto são “folclóricos”! 

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