Depois da excelente goleada por 6-0 ao Setúbal, na condição de visitante, o Sporting chegava ao último jogo da primeira
volta com a certeza que independentemente do resultado o primeiro lugar estaria
assegurado.
Adversário muito complicado, como se vinha a comprovar ao
longo do encontro. O Braga jogou no erro do adversário e soube ser letal quando
foi preciso chegar lá à frente e marcar, ao contrário do Sporting, que
desperdiçou tantas oportunidades que dava para ganhar pelo menos uns três jogos
por margem confortável.
Mais uma onda verde a invadir Alvalade. Foram mais de 42.000
leões a marcar presença no apoio à equipa, num dia em que o vento e a chuva não
deram tréguas. Mais uma excelente casa e mais um fantástico ambiente no
incansável apoio à equipa.
O Sporting começa melhor e João Mário e Slimani
desperdiçaram oportunidades flagrantes para nos colocarem na frente do
marcador. O primeiro após fantástica jogada coletiva fica na cara do
guarda-redes, mas não o consegue desfeitear, deixando as bancadas a engolir o
grito de golo que tinham preso na garganta. O argelino, após grande passe do
mago Ruiz, tenta fazer chapéu ao guarda-redes depois de ficar isolado na cara
do golo, levando todo o estádio as mãos à cabeça quando neste caso se pedia
fuzilamento. Como dizia o outro: “O que é que é isso ó meu!?”.
A turma de verde e branco dominava a seu belo prazer, e o
Braga limitava-se a defender no seu meio-campo. E foi mais uma vez o Sporting a
criar perigo na sequência de um pontapé de canto por Paulo Oliveira, que vê o
seu cabeceamento fulgurante bater no poste, bater no guarda-redes, mas acabar
por não entrar.
Suspirava-se em Alvalade e bradava-se aos céus pelas bolas
que teimavam em não entrar. E como quem não marca sofre, acabou por ser o Braga
a chegar à vantagem por Wilson Eduardo, novamente a marcar ao seu antigo clube
(apesar disso e ainda com o Sporting a perder por 1-2, aquando da sua substituição
foi ovacionado pelos adeptos leoninos, em mais uma demonstração de porque somos
diferentes!). O Braga marca, os adeptos do Sporting puxam pela equipa. Ninguém
acreditava que aquele golo estragaria as contas deste jogo. O Sporting jogava
melhor e acabaríamos por dar a volta ao resultado. Novo duro golpe nas
aspirações leoninas antes do intervalo: apatia na defesa, principalmente
William e Jefferson, e Rafa num bom trabalho individual surge em frente a Rui
Patrício e remata para um golo de bela execução técnica.
Mas os adeptos não desistem. A equipa foi e voltou do
balneário ao intervalo ao som de um “nós acreditamos em vocês!”. O Jesus mexeu
na equipa, tirou um apático William e lançou o agitador Gelson Martins.
E a remontada começa precisamente num cruzamento de Gelson.
O corpo fora da área, o braço dentro da mesma e penalti bem assinalado a favor
do Sporting. O enorme capitão Adrien avança e não treme: bola no fundo das
redes e Alvalade, que nunca deixou de acreditar, intensifica ainda mais o apoio
à equipa. Faltam 30 minutos e também dois golos para chegar à vantagem. Ruiz
descobre Slimani, que novamente isolado volta a falhar. De seuiga foi Gelson a
rematar e Slimani não consegue bater o guarda-redes na recarga.
O Sporting ia desperdiçando oportunidades atrás de
oportunidades, mas como a sorte protege os audazes o empate chegou finalmente:
cruzamento/remate de Jefferson, Montero apanha a bola redondinha, encheu o pé e
sem deixar a bola cair fuzilou o guardião arsenalista. Estava refeito o empate
e nova explosão de alegria em Alvalade.
Foi ainda altura de novo calafrio em Alvalade, Rafa surge
isolado, mas Rui Patrício volta a fazer-se enorme, sempre maior do que qualquer
baliza que defenda, e segura o empate com uma fantástica defesa.
Faltavam apenas dez minutos para o final da partida, mas
toda a gente acreditava na vitória. A equipa embalou, Bryan Ruiz cruzou e
Slimani faturou! Excelente cruzamento de Bryan, que descobriu Slimani no meio
de 4! defesas do Braga. Desta vez Slimani quis ser feliz e disse que sim à
vitória.
O estádio veio abaixo, foi a loucura total, toda a gente
abraçava quem quer que fosse que tivesse a seu lado, afinal de contas somos
todos uma família! E que família fantástica esta, que acredita de início ao
fim, que eleva a sua voz até à rouquidão total, que continua a cantar e a
celebrar vitórias depois do jogo acabar, com a satisfação de quem quer sonhar
alto. A equipa cresce e supera todas as adversidades, a onda verde cresce e há
cada vez mais gente nos estádios por onde joga o grande Sporting e não há como
não acordar com aquele sorriso de quem vive um sonho tão lindo, tão especial.
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